terça-feira, 21 de setembro de 2010

Maus Tratos Infantis

Por Danusa Lopes











 É considerado maltrato infanto-juvenil doméstico aquele que acontece dentro de casa, tendo como vítimas crianças e adolescentes e é geralmente cometido pelo responsável que deveria cuidá-los. Inclui basicamente quatro tipos de situações: o dano físico, o dano psíquico ou emocional, a negligência, o abandono e o abuso sexual.
Cada uma tem formas específicas de manifestação, mas o que é comum a todas elas são os transtornos graves e crônicos no funcionamento familiar, que se transmitem de uma geração para a outra: 20 a 30% das crianças maltratadas convertem-se em adultos violentos.
Até a alguns anos atrás, pensava-se que o maltrato infantil era conseqüência de transtornos psicológicos individuais, alcoolismo, toxicomania, ou de carências financeiras ou educativas.
As investigações atuais demonstram que, na realidade, é o produto de uma conjunção de fatores relacionados ao modelo familiar e social que valida a violência como procedimento aceitável para a solução de conflitos.
Pode adotar distintas formas, algumas mais fáceis de serem detectadas do que outras, mas todas denunciam um latente problema de saúde, que demanda abordagens multidisciplinares e soluções oportunas para cortar o ciclo da dor e resgatar a vítima de seqüelas importantíssimas, que a condicionará ao longo de sua vida.

É o tipo de violência mais evidente e fácil de detectar. Trata-se de lesões provocadas por qualquer motivo, incluindo as reações a condutas indesejadas pelos pais ou responsáveis pela criança. Pode confundir-se com lesões acidentais, porém o olho treinado de um pediatra ou docente saberá distingue-las.
Existem diferentes tipos: escoriações,  hematomas, luxações, fraturas, queimaduras, feridas por objetos cortantes, desgarros, lesões vicerais. As lesões podem ser provocadas por impacto, penetração, calor, uso de substâncias caustica, substâncias químicas ou drogas.
Em geral, quando o adulto leva a criança a uma consulta médica, existem vários fatores que levam a suspeitar que certas lesões não sejam acidentais. O pediatra suspeitará quando: a) Existem discrepâncias entre o relato do acontecimento e as lesões que se observam. Por exemplo: lesões em ambos os lados do corpo ou com diferentes graus de evolução, com a alegação que foi ocasionada por uma queda de bicicleta. A lógica indica que neste tipo de acidente observam-se lesões no setor sobre o qual caiu o paciente, fundamentalmente nas zonas expostas e nas proeminências ósseas.
b) O tempo transcorrido entre o suposto acidente e a consulta é prolongado, ocorrendo várias horas, dias ou semanas mais tarde.
c) A consulta é realizada durante a noite ou madrugada. Os responsáveis pelo mau trato sabem que o pessoal de plantão está cansado, menos alerta e menos disposto a aprofundar o interrogatório.
d) Existem outros “acidentes” (fraturas, lesões), atendidos anteriormente em diferentes centros assistenciais.
e) Ainda que o relato e a atitude dos pais durante a consulta possam ser de aparente preocupação e de extensiva colaboração com a equipe médica, percebe-se uma chamativa
ausência de angústia quanto à gravidade das lesões. Isto não ocorre habitualmente com os pais de crianças acidentadas.
É interessante destacar que é uma das formas de maltrato infantil mais difícil de diagnosticar. Geralmente, detecta-se quando associado a outros quadros severos de maltrato e ainda que confirmada a suspeita, a intervenção dos profissionais e/ou do sistema legal ocorre de forma mais cautelosa.
É a conseqüência da hostilidade verbal crônica em forma de burla, desprezo, crítica ou ameaça de abandono e constante bloqueio das iniciativas de interação infantil. Quem maltrata psiquicamente pode adotar atitudes tais como de humilhar a criança frente aos outros, privá-la de saídas e de sua integração social, utilizando para isto desde apenas evitar a socialização como até encerrar a criança em casa.
Pode-se ilustrar este tipo de maltrato dizendo que os filhos podem ser atingidos com atitudes, gestos e palavras, ou simplesmente rechaçando a individualidade da criança ou do adolescente de maneira tal, que impeça o seu desenvolvimento psicológico normal.

Os efeitos do maltrato emocional são observados:
· no vínculo afetivo entre a criança e o adulto;

· nos baixos níveis de adaptação e funcionamento social: dificuldade para estabelecer vínculos amistosos, problemas com os pares, problemas com a comunidade;
· nos problemas de conduta: agressividade, condutas destrutivas, condutas anti-sociais;
· nos transtornos na área cognitiva e na solução de situações problemáticas;
· nos fracassos escolares;
· na tristeza e depressão: baixa autoestima, instabilidade emocional, tendências suicidas, e
· nos temores e sintomas físicos (mais freqüentes nas crianças pequenas): síndrome de falta de progresso, perda do apetite, enurese.


Respeite as nossas crianças, e lembre-se a elas se devem o futuro de uma nação.

3 comentários:

  1. Eu fiz normal, e os maus tratos que vemos nas crianças hoje são realmente uma coisa lastimável. Os grandes representantes do Brasil hoje se preocupam com muitas coisas, como copa do mundo, e outras coisas mais do esporte, mas se esquecem dos problemas que temos sofrido hoje na educação e com nossas crianças. Infelizmente isso tem ocorrido em nosso pais, e a cada dia tem aumentado. Mas, ainda tenho fé que algum dia isso mude.

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  2. Enquanto isso...na navegação da linguagem, no dia a dia, lá em Brasília... impera o baranguismo!
    O Mula comandando. A cultura, a educação e a falsa """arte""". Eis:
    saiba bem o seguinte fato notório e verdadeiro: O PT nivela tudo por baixo. E tudo através de frasinhas e da linguagem. E muita propaganda.
    Vejamos: A cultura é baranga. A """arte""' não é arte, é Indústria Cultural (theodor Adorno). Pura alienação. O PT, junto com a Rede Globo, é barango. O PeTismo é brega. Ele é cafonérrimo. Nivela a educação por baixo. O PT Esgoto é o kitsch político da comunicação brasileira. Vade-retro PT e seu esquerdalhismo tosco. Mixuruca e mequetrefe. "Delenda est PT".

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